Em uma década de informações, de tecnologia e de
conhecimentos, o contábil comemora o seu melhor momento. Forçada a incorporar
novos padrões internacionais, a atividade dá um salto em seu status e se torna
uma das carreiras mais promissoras do País
Há um leque de
oportunidades de dar inveja às outras profissões. O contador pode ser
funcionário de uma empresa - atuando no departamento fiscal, pessoal ou de
escrituração contábil -, auditor externo, interno e independente, consultor,
proprietário ou sócio de escritório contábil, perito, funcionário público,
analista, professor, assessor ou pesquisador. Foi por causa desse rol extenso
de opções que Juliana Macedo dos Santos, de 26 anos, escolheu a profissão. “Fiz
uma pesquisa de mercado e escolhi cursar Ciências Contábeis”, confessa a jovem,
formada há um ano.
Animada com o futuro,
Juliana quer crescer e busca reconhecimento profissional. Apaixonada e convicta
da profissão que escolheu, ela esbanja entusiasmo ao comentar que a
“contabilidade está presente em todos os tipos de negócio e, sem ela, uma
empresa não é empresa”.
Como acontece com grande parte dos colegas da área, ao sair
da faculdade, Juliana já estava empregada. Em seu primeiro emprego como
contadora no escritório Tessmann Assessoria Empresarial, se diz satisfeita com
a escolha. “Tive a oportunidade de entrar na área graças à confiança e
credibilidade que a empresa depositou em mim”, confessa. No entanto, ela
percebe que, no exercício da profissão, dentro de um escritório, a realidade é
outra. “Falta a parte prática no curso”, desabafa. Mas, graças à experiência
adquirida no dia a dia, ela conseguiu perceber os desafios do setor.
A nova contabilidade,
como é reconhecida em razão das mudanças trazidas pelas regras internacionais e
pelas inovações do universo virtual, tornou-se mais atraente aos jovens que já
possuem maior habilidade com a linguagem tecnológica. Juliana brilhou os seus
olhos a esse mundo e é consciente das exigências do mercado. “O novo
profissional deve estar atualizado e não deve parar no tempo, pois estamos na
era da informática e, daqui para frente, só teremos Sped, o Sistema Público de
Escrituração Digital, arquivos digitais, importação de dados, balanços
assinados pela internet etc.”, reforça.
Mas não é apenas o
mercado promissor que chama a atenção dos futuros contadores. De acordo com a
coordenadora do curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário Metodista
do IPA, Neusa Monser, grande parte dos estudantes escolhe essa profissão por
influência de algum familiar. É o caso de Laura Tessmann Dassoler, de 20 anos,
que resolveu seguir os passos do pai, técnico em contabilidade. Cursando o
quinto semestre pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
(Pucrs), a jovem já sonha alto.
A universitária
pretende se tornar empreendedora contábil. Unindo a teoria com a prática, Laura
estagia no mesmo escritório de Juliana e diz que a experiência a ajuda em seus
estudos. Juliana e Laura são exemplos de milhares de jovens privilegiados que
entraram na faculdade já com as novas regras contábeis instaladas. Portanto,
essa nova contabilidade, que é igual em mais de 120 países, não as assusta.
Ambas têm consciência de que é preciso estudo e especialização.
Uma história de
dedicação de quem foi escolhido pela profissão
Foi por força do
destino que o professor e coordenador do departamento de Ciências Contábeis da
Pucrs, Saulo Armos, entrou na carreira. “Eu não escolhi ser contador, mas eu
abracei a profissão”, brinca, ao confessar que sua opção teria sido a Geologia.
Levado pelas pedras do caminho, ele foi forçado a mudar o seu futuro. Armos
também poderia ter sido jogador de futebol. Aos 14 anos, já era atleta do
Grêmio, mas foi nesta época, que um acontecimento familiar mudou sua vida
completamente, fazendo com que ele abandonasse os sonhos. A morte do pai fez
com que despertasse para uma nova realidade. Ele buscou um emprego a fim de
sustentar a família.
Fez o curso técnico
em contabilidade e trabalhou na área a convite de seu próprio professor. Mais
tarde, impulsionado pelos conselhos do chefe e amigo, foi trabalhar como
auditor em outras instituições e, a partir daí, não parou mais de estudar.
O professor também
abriu empresa própria, mas sua grande paixão se tornou o ensino. Há mais de 20 anos
ele transmite seus conhecimentos em sala de aula e, para sua surpresa, aquele
que um dia foi seu mestre tornou-se seu colega de profissão na faculdade em que
leciona. Armos acabou sendo o chefe do ex-professor e patrão. Realista e feliz
com as escolhas da vida, ele se considera um homem realizado e bem-sucedido.
Entidades investem na
especialização
As normais
internacionais da contabilidade, conhecidas como IFRS (sigla em inglês para
International Financial Reporting Standards), em 2007, viraram uma página na
história da contabilidade brasileira, trazendo uma realidade diferente que
possibilitou a abertura do mercado mundial para o profissional da área
contábil. No entanto, as exigências se tornam cada vez maiores. Se, no passado,
bastava um curso técnico para saber classificar as contas no débito ou crédito,
ativo ou passivo, hoje só esse conhecimento não basta.
O novo contador
precisa, entre muitos outros atributos, ter o domínio de, pelo menos, duas
línguas estrangeiras, sendo recomendável o inglês e o espanhol. “Podemos
trabalhar em qualquer país europeu que esteja adaptado a IFRS”, comemora o
conselheiro da Câmara Técnica do Conselho Federal de Contabilidade (CFC),
Jádson Gonçalves Ricarte,
Para o presidente do
Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul (CRCRS), Zulmir Breda,
o profissional precisa pensar em ampliar seus horizontes e buscar conhecimentos
em outras áreas para que ele possa assessorar melhor o seu cliente. Além disso,
necessita ter domínio do português. “Se um relatório for mal escrito, tirará
sua credibilidade”, garante. Breda também destaca a comunicação e o marketing
como forma de melhorar o relacionamento entre empresa, contador e mercado.
Pensando nisso, o
CRCRS está introduzindo, em seus seminários, palestras sobre marketing nos
serviços contábeis. “Ele deveria terminar a faculdade e imediatamente fazer uma
especialização em marketing”, aconselha, caso queira ser um empreendedor. Breda
sugere que o profissional busque apoio em outras disciplinas para suprir as deficiências
que a faculdade não consegue abranger. A instituição também defende a educação
continuada, como o mestrado e o doutorado.
Além disso, a
entidade possui o CRC Jovem, que busca aproximar os estudantes da instituição,
através da promoção de debates, encontros, seminários, cursos e congressos. O
coordenador do programa, Rodrigo Kich, percebe a participação cada vez maior
dos jovens nos cursos e eventos promovidos pela Comissão de Estudos. “Queremos
formar futuros líderes”, aposta. “Estamos aumentando o número de vagas para
atender à demanda”, comenta satisfeito com a receptividade do seu público.
Ensino acompanha as
mudanças
As faculdades
precisam realizar adaptações constantes em seus programas curriculares devido
às inúmeras modificações legais. Preocupada com a formação dos estudantes, a
professora e coordenadora do curso de Ciências Contábeis do Centro
Universitário Metodista do IPA, Neusa Monser, conta que o núcleo docente do IPA
analisa os projetos pedagógicos anualmente para fazer a reciclagem, além disso,
a bibliografia também é modernizada.
A coordenadora está
feliz com o momento que vive a sua profissão. “A contabilidade está em um
patamar de valorização que, para nós, é motivo de orgulho”, ressalta.
Empolgada, conta que muitas companhias recorrem à coordenação do curso, pedindo
indicação de estudantes para estágios e até mesmo de ex-alunos para serem
contratados pelas empresas.
JC Contabilidade
celebra 10 anos de circulação
O Dia do Contador,
comemorado no dia 22 de setembro, ganhou um presente especial em 2002. Na
semana das comemorações, surgia o JC Contabilidade, caderno
especial do Jornal do
Comércio. A publicação, lançada no dia 18 de setembro, conquistou leitores e
passou a fazer parte da história da categoria. Ao completar uma década, segue
com a mesma missão: colocar em pauta temas que são de interesse não só da classe
contábil, mas de todos os empresários gaúchos.
De acordo com
levantamento realizado pela Pesquisa Como & Porque, 53% dos leitores do
caderno são do sexo feminino, 34% dizem ter interesse nos assuntos da
contabilidade e uma média de 30% pelos temas como gestão, finanças e
administração.
O JC Contabilidade
também atinge as classes A, B e C. A frequência de leitura é de 84% do público,
o que mostra a fidelidade dos leitores. Outra estatística que ganha destaque é
a média de leitura, considerada uma das mais altas: são 9,9 leitores por
exemplar contra a média de três leitores por exemplar. O jornal conta com 30
mil assinantes e o acesso ao site chega a 125 mil visitantes únicos por mês.
Desde que surgiu, o
JC Contabilidade cumpre a missão de integrar os profissionais contábeis à
sociedade. Naquela época, conta o ex-presidente da Confederação Nacional dos
Contadores (CNC), Salézio Dagostim, o grupo defendia a ideia de que as
profissões de contador e técnico deveriam possuir um instrumento de comunicação
para se aproximar da comunidade, e que a sua importância fosse reconhecida.
“Aos poucos, ele começou a tomar forma”, relembra.
O então presidente do
CRCRS na época, Enory Spinelli, conta que o Jornal do Comércio adaptou a
proposta das entidades criando um modelo que se tornou sucesso. Spinely se diz
surpreso por já terem se passado 10 anos, pois a lembrança desse fato histórico
ainda está presente em sua memória. “O JC está de parabéns, pois sabemos das
dificuldades em realizar uma publicação semanal com temas tão específicos”,
comenta.
Primeiro Fala
Profissional teve como tema o Imposto de Renda
Uma das colunas mais
valorizadas do JC Contabilidade acabou, ao longo do tempo, ganhando mais
espaço, graças à demanda e ao sucesso adquirido. O Fala Profissional migrou da
terceira página para a contracapa e ganhou cara nova. É mais um espaço para a
opinião dos profissionais ligados à área tributária, trabalhista, empresarial e
contábil. Em 2002, o empresário do escritório Agagê Ltda., Odalgiro César
Fagundes Teixeira, inaugurou a coluna respondendo ao questionamento “Estava no
exterior e não declarei o Imposto de Renda. Como devo proceder?” O autor se diz
honrado de ter participado do lançamento do caderno. “Foi uma oportunidade,
tudo que é novidade é interessante, nós também precisamos nos divulgar”,
comenta. Teixeira é leitor fiel do Jornal do Comércio e espera ansioso às
quartas-feiras para ver as novidades do mercado em que atua.
Depoimentos
“O JC Contabilidade é um importante veículo de divulgação da
prática e da opinião do setor contábil gaúcho. Como presidente de um sindicato
patronal que representa milhares de empresas do setor, quero parabenizar o
Jornal do Comércio pelos dez anos desse verdadeiro elo entre contadores de todo
o Rio Grande do Sul.”
Jaime Gründler Sobrinho – presidente do Sindicato das
Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias,
Informações e Pesquisas do Estado do Rio Grande do Sul (Sescon/RS)
“O JC Contabilidade é um veículo de comunicação da classe
contábil. O próprio Jornal do Comércio já fala a nossa linguagem, e o caderno
permite nos comunicarmos com o nosso público-alvo. É o melhor veículo que temos
de comunicação com o empresário. Está de parabéns o Jornal do Comércio pelo
caderno. Nós nos sentimos orgulhosos em sermos apoiadores e fundadores. Vamos
continuar apoiando esse jovem de 10 anos que ainda tem muito a crescer.”
Zulmir Breda – presidente do Conselho Regional de
Contabilidade do Rio Grade do Suk (CRCRS)
“Há dez anos os contadores estão mais bem informados graças
ao JC Contabilidade. Parabéns!”
Jádson Gonçalves Ricarte - conselheiro da Câmara Técnica do
Conselho Federal de Contabilidade (CFC)
“O Sindiconta orgulha-se de ter participado da gênese deste
importante veículo de comunicação que há dez anos informa a sociedade,
valorizando os profissionais que, com o seu trabalho, ajudam na construção de
um Brasil cada vez mais próspero e transparente.”
Tito Celso Viero – presidente do Sindicato dos Contadores do
Rio Grande do Sul (Sindiconta)
“O JC Contabilidade tem contribuído na melhor informação à
sociedade sobre assuntos de interesse da Contabilidade, do Direito, da
Economia, da Administração, das empresas e da sociedade. Parabéns pelos seus 10
anos de existência e pelos muitos anos que ainda hão de vir!”
Salézio Dagostim - diretor da Escola Brasileira de
Contabilidade (Ebracon)
“Temos muito orgulho de estar participando deste caderno
desde o início. Nosso espaço virou ponto de referência para nossos
contabilistas espalhados por 59 municípios. Parabéns, JC, pelo pioneirismo e
respeito à classe contábil gaúcha.”
Daniel Souza dos Santos – presidente do Sindicato dos
Contabilistas de Porto Alegre
Fonte: Jornal do
Comércio – RS
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