terça-feira, 6 de novembro de 2012

Pesquisa revela que brasileiros estão mais atentos aos impostos


A alta carga tributária no Brasil é criticada por empresários e instituições da sociedade civil organizada há muitos anos, mas um novo personagem parece estar emergindo nesse debate. Agente fundamental para a construção de um sistema tributário mais eficiente no país, o consumidor brasileiro, aos poucos, desperta para essa realidade. Em 2012, a parcela de brasileiros que afirmam reconhecer o impacto dos impostos no seu dia a dia chegou a 74%, segundo pesquisa nacional Fecomércio-RJ/Ipsos. Em 2011, esse percentual era de 62%.

O reconhecimento do impacto dos impostos no dia a dia ocorreu em todas as classes sociais, mas foi ainda mais significativo na classe C, na qual a percepção do pagamento de impostos passou de 59%, em 2011, para 75%, em 2012. Na classe DE, a proporção avançou de 53% para 58% na mesma base de comparação. Ainda que com menor crescimento relativo, a classe AB segue com maior percepção do pagamento de impostos: de 77%, em 2011, para 80%, neste ano.

Segundo o economista Christian Travassos, da Fecomércio-RJ, “a expansão continuada do mercado de trabalho com carteira assinada e o aumento do poder aquisitivo da população ampliaram o acesso a contas bancárias e a financiamentos, como nos casos de automóveis e imóveis, o que, por sua vez, realçou a incidência de impostos nas contas do brasileiro”. Ou seja, o bem estar, sobretudo da classe média, cresceu, mas, com isso, as obrigações também.

Questionados sobre os impostos que pagam, 71% dos entrevistados indicaram os municipais (IPTU, taxas etc); 50%, os impostos indiretos (sobre produtos e serviços); 32% citaram os estaduais (IPVA etc); e 10%, os federais (imposto de renda etc).

Já quando estimulados a pensar sobre a incidência de impostos no momento do consumo, 96% dos brasileiros dizem saber que pagam algum tipo de imposto na compra de Alimentos – em 2011, eram 92%. Em todos os casos, a adesão fica bem acima da resposta espontânea relativa aos “impostos indiretos”, com a já citada adesão de metade dos entrevistados: Vestuário (95%), Energia (94%), Higiene (94%), Telefonia (91%), Produtos de saúde (90%), Serviços pessoais (88%), Habitação (86%), Serviços bancários (85%) e Combustível (83%).

Nesse cenário, a Fecomércio-RJ estimou em números o peso da alta carga tributária sobre o poder de compra do consumidor, com base em sua pesquisa Cesta de Compras do estado do Rio de Janeiro. Segundo o estudo, a diferença entre os preços das cestas de compras com e sem impostos chega a R$ 107,03, o que significa 22,2% do valor pago pelo consumidor por 39 itens de alimentação, higiene e limpeza em suas compras mensais. Em setembro, a despensa do consumidor foi abastecida, em média, a um custo de R$ 482,26. Sem os impostos, o valor cairia para R$ 375,24.

Ainda segundo a pesquisa, a maioria dos brasileiros informa que, se não tivesse que pagar tantos impostos, aumentaria o consumo de Alimentos (77%), Vestuário (73%), Higiene (66%) e Produtos de Saúde (55%).

A pesquisa “Impacto de Tarifas e Tributos no Brasil” da Fecomércio-RJ/Ipsos é realizada anualmente com mil pessoas, em 70 cidades do país, incluindo nove regiões metropolitanas.

Fonte: Jornal do Brasil

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