Depois de se ter convertido em
obrigatoriedade para mais 40 mil empresas em outubro último, o SPED (Sistema
Público de Escrituração Digital) passará a abranger, no Ano Novo, mais 34.548
organizações em janeiro e 138.759, entre março e outubro. Apesar de poder
parecer algo problemático, acreditem que a grande vantagem do sistema não é
evitar a multa de cinco mil reais aplicada a cada ocorrência em que não seja
utilizado.
Há muitos valores agregados na
adoção do SPED, que extrapolam o ímpeto punitivo do governo. Trata-se de uma
ferramenta com repercussões positivas até mesmo na gestão, em especial de
pequenas e médias empresas, inclusive familiares, que sempre têm maiores
dificuldades para realizar atividades-meio relativas à contabilidade, gestão e
apresentação de seus dados conforme os requisitos estabelecidos pelo marco
legal e as atividades competentes.
Assim, devemos olhar o SPED não
como uma despesa, mas como um investimento, cujo retorno dá-se pela melhoria da
produtividade, dos controles e das informações gerenciais para tomada de
decisão. Empresas que não possuem regras rígidas de controle e degestão do
negócio são as que mais se beneficiam com a ferramenta, desde quedevidamente
orientadas e instrumentalizadas.
Nesse processo de avanço ao SPED
não cabe qualquer aventura amadorística ou exercícios de empirismo. Todos os
dados da empresa precisam estar absolutamente organizados (entradas, saídas,
estoques, vendas, contabilidade e operações fiscais) para a correta entrega do
SPED. Além disso, na transição para o documento virtual, é necessário que as
pequenas e médias empresas estejam em conformidade com o plano de contas e com
o CPC PME (Comitê de Pronunciamento Contábil), que estabelece a convergência da
contabilidade para as práticas internacionais.
O processo de transição e
implantação inclui diagnóstico geral sobre o modelo de gestão da empresa e
proposição de soluções, bem como adequação dabase de dados aos requisitos
exigidos pela ferramenta. Nesta fase é importante realizar uma análise crítica
das práticas contábeis vigentes versus as observadas pelo CPC PME. É
necessário, ainda, promover o treinamento para as novas práticas contábeis,
assim como definir os indicadores de desempenho e análises quanto à melhor
opção tributária para cada exercício fiscal.
Fazendo essa lição de casa com
profissionalismo e assessoria competente, a pequena e a média empresa terão
muito êxito em usufruir dos benefícios do SPED: eliminação do papel e redução
de custos com racionalização das obrigações acessórias; uniformização das
informações que o contribuinte presta às diversas unidades federadas;
transparência e agilidade; redução de custos administrativos; e melhoria da
qualidade da informação. Assim, o que poderia parecer um problema pode ser o
prenúncio de um ano novo mais feliz!
Fonte: Clube dos Contadores
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