Atualmente muito se fala sobre a
importância da Gestão de Documentos Fiscais eletrônicos. Notícias, dicas e
melhores práticas são geradas e disponibilizados a todos para consulta, mas
mesmo com tanta informação disponível, muitas empresas não se atentam as regras
do processo de recebimento e armazenamento de documentos eletrônicos, seja por
falta de entendimento, resistência à mudanças ou até mesmo por preferir deixar
para depois. Seja qual for o motivo, fica um alerta: receber, validar e
armazenar os documentos fiscais eletrônicos recebidos é obrigatório.
A legislação diz que o emitente e
o destinatário deverão manter a NF-e em arquivo digital, sob sua guarda e
responsabilidade, pelo prazo estabelecido na legislação tributária, mesmo que
fora da empresa, devendo ser disponibilizado para a Administração Tributária
quando solicitado. Também é responsabilidade do destinatário verificar a
validade e autenticidade da NF-e e a existência de Autorização de Uso da NF-e.
Para melhorar os processos dentro
da empresa e permitir que as informações estejam sempre disponíveis, é
aconselhável o armazenamento dos documentos fiscais eletrônicos de forma
organizada. A organização é fundamental para a real gestão dos documentos.
Existem softwares que possuem exclusivamente esta finalidade e, muitas vezes,
também contemplam a recepção e validação de forma automática.
O documento com validade jurídica
a ser armazenado por cinco anos é o arquivo XML e não o DANFE. Caso a empresa
não possua o documento de forma acessível, em uma auditoria do fisco, as
consequências podem ir além da aplicação de uma multa. A penalidade pode variar
de um caso para outro, dependendo do entendimento do fiscal. A autuação pode
ser feita por diferentes órgãos como a Receita Federal ou Secretaria da Fazenda
Estadual e como cada estado possui legislações diferentes, autuações em estados
diferentes sofrerão penalidades diferentes. Vale lembrar que, além da aplicação
de multa, se o fiscal julgar que há um Crime Contra a Ordem Tributária as
consequências podem ser ainda piores, chegando a pena de dois a cinco anos de
reclusão.
Para o armazenamento seguro dos
documentos fiscais eletrônicos as empresas precisam realizar as mudanças
necessárias, investir em ferramentas adequadas e manter os procedimentos.
Primeiramente, é fundamental adotar um banco de dados comercial. Não utilize
pastas, diretórios, pen drives, CDs ou algo nesse sentido. Também não é seguro
deixar arquivos armazenados em uma conta de e-mail. Com um banco de dados é
possível programar a execução de backups automáticos, garantindo a replicação das
informações e possibilitando a recuperação em caso de sinistros.
O gestor deve sempre pensar em segurança e
organização. Uma boa dica é implantar um software que garanta a segurança dos
dados e facilidade no acesso as informações. Não há como utilizar um banco de
dados seguro se não possuir um sistema que converse com ele. Além disso, o
software também auxiliará na recepção e validação dos documentos recebidos.
Outra recomendação é organizar os arquivos
antigos, se no início a empresa não recebia os arquivos eletrônicos, ainda é
possível obtê-los a partir das cópias dos Documentos Auxiliares – DANFE, DACTE,
DANFSE. Levante todos os Documentos Auxiliares recebidos desde 2008 e confira
se os arquivos XML foram recebidos. Caso falte algum, solicite aos fornecedores
o reenvio dos mesmos.
Seguindo essas recomendações as empresas
estarão caminhando para a verdadeira gestão de documentos fiscais eletrônicos,
além de manter os dados mais seguros, disponíveis e organizados, a gestão
facilita as demais atividades do Sistema de Gestão Empresarial (ERP).
Fonte: Clube dos Contadores
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